Você conhece a Matriz Circular em "Carrossel"?
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Fontes: www.kira-scrap.ru e outros |
Seguramente, um dos maiores problemas enfrentados
pelas instituições de ensino é a evasão escolar. Além de todos os problemas
sociais acarretados, esse fenômeno se constitui em um dos fatores mais
prejudiciais ao caixa das mantenedoras, uma vez que reduz sensivelmente o que
chamamos de MSA (média de alunos em sala de aula). Alguns cursos como
engenharias e ciência da computação estão entre os que mais sofrem deste mal,
devido às altas taxas de reprovação em componentes curriculares como cálculo e
algoritmos. Infelizmente, não poucas instituições têm tentado solucionar este
problema com a abertura de torneiras, aprovando indevidamente alunos nessas
disciplinas como um paliativo para a redução da evasão nas turmas. As
consequências dessa conduta são nocivas à própria instituição, somente percebidas
quando os alunos chegam ao ENADE ou ao próprio mercado de trabalho.
Foi neste cenário que a Telesapiens começou a
desenvolver métodos alternativos para a redução da evasão, inicialmente nos
cursos técnicos a distância, em 2007, quando conseguiu implantar a primeira
matriz curricular circular, batizada carinhosamente de Matriz Circular em
"Carrossel" (MCC). O objetivo dessa metodologia curricular era
permitir o ingresso de novos alunos a partir de qualquer etapa do curso,
fazendo com que a MSA aumentasse com o tempo, ao invés de diminuir.
Curiosamente, passávamos a observar turmas com evasão negativa, ou seja, curvas
ascendentes de lotação, invertendo a lógica deste fenômeno.
Mais tarde, esta mesma metodologia foi ampliada e
testada em várias outras instituições. A última delas obteve resultados extraordinários,
aplicando a MCC em seus cursos presenciais, tanto de nível técnico, quanto de graduação
e pós-graduação. O MSA desta instituição era de apenas 8 alunos por sala nos
cursos presenciais de graduação. De 2014 até 2017, conseguiu chegar a 18, com a
projeção de alcançar uma MSA de 38 alunos por sala até 2019. E tudo isto sem
considerar qualquer aumento de demanda, uma vez que os resultados dessa metodologia
são puramente orgânicos. O princípio de funcionamento da MCC era bastante
simples e se baseava no cumprimento das seguintes metas:
1. Diluir os conteúdos considerados pré-requisitos
dos cursos ao longo de todas as demais disciplinas, ainda que redundantes em
alguns casos. Temas como fisiologia e anatomia nos cursos de saúde, por
exemplo, são fragmentados em vários componentes curriculares, de modo que essas
mesmas bases de conhecimento científico sejam exercitadas inúmeras vezes, de
forma recontextualizada para cada disciplina. Com isto, o aluno consegue de
fato apreender o conhecimento acerca de um tema que, até então, só era
trabalhado de forma empírica e descontextualizada nas primeiras disciplinas do
curso. Além da redução da evasão, o estabelecimento de ensino consegue oferecer
uma efetiva construção de competências, com bases de conhecimento bem mais
sólidas do que as obtidas nas matrizes curriculares sequenciais (MCS).
2. Para as disciplinas em que não se consegue
fragmentar os conteúdos, a solução é reunir todos os componentes curriculares
considerados pré-requisitos do curso em um único período, intitulado
"pré-ciclo". Assim, os cursos passam a ser divididos não mais em
períodos ou módulos, mas em ciclos. O pré-ciclo normalmente corresponde a menor
parte, variando de 5% a 15% da carga horária total do curso. No caso das
engenharias, disciplinas como cálculo, física e álgebra linear são vivenciadas
no pré-ciclo, que uma vez concluído, permite a progressão do aluno para o ciclo
seguinte, denominado "inter-ciclo".
3. E para os cursos que necessitam de componentes
curriculares denominados terminativos, tais como: projeto final; trabalho de
conclusão de curso; estágio integrador; e disciplinas preparatórias para exames
de certificação como o Enade; a solução é adicionar mais um ciclo ao curso: o
"pós-ciclo". Este último funciona como um período coletor dos
pré-egressos, assegurando que todos eles tenham vivenciado o ciclo completo do
curso até então.
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Adaptado de www.kira-scrap-ru e outros |
Mas, cuidado! Nem tudo são flores quando se trata
da implantação de uma MCC. Existem efeitos colaterais relacionados ao ciclo de
vida dos cursos e à folha de pagamento docente. Outros aspectos relacionados à
política comercial também precisam ser afinados com essa nova metodologia, para
garantir que a instituição de ensino consiga obter o máximo de proveito deste
carrossel inovador.
A Telesapiens possui um equipe de consultores com
mais de 10 anos de experiência nesta e em muitas outras metodologias inovadoras
para o ensino em todos os níveis e modalidades da educação. Antes de construir
a sua própria MCC, não custa nada chamar a gente para uma conversa. Isto pode
representar um divisor de águas entre o sucesso e o fracasso desta
implementação.
Por David Stephen
20/05/2017
20/05/2017
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